segunda-feira, 15 de dezembro de 2014






A BIBLIOTECA QUE INFLUENCIOU PROFUNDAMENTE O MUNDO


Em dezembro, se comemora o Dia da Bíblia, o maior livro do mundo, e o mais traduzido até agora, e o mais lido, escrito por cerca de quarenta autores, nas mais diferentes regiões, nas mais diferentes circunstâncias. FOI O PRIMEIRO A SER IMPRESSO POR GUTEMBERG. É chamado por muitos nomes, entre eles, de o “Livro dos Livros”, a “Bússoloa Eterna”, e está cheio de riquezas tanto históricas, quanto geográficas, e, principalmente, literária, só falando do ponto de vista secular. Foi lendo ela que Lutero fez a Reforma Protestante, e foi traduzindo ela para a língua alemã, incipiente, que ele enriqueceu esse idioma.
Começa com Gênesis, o livro dos começos, onde se inicia a história dos hebreus, começando com a chamada de Abraão, de Ur dos Caldeus, terra de Ninrode e Semíramis, e também fala dos povos que começarm a habitar essa região. Quem não se lembra da história de José, que virou filmes e seriados? Emocionante. A história de Jacó e Isaque, descendentes de Abraão. Lá fala-se do início dos árabes, filhos de Ismael, descendente de Abraão com Cetura, uma de suas mulheres. Israel veio de Isaque, e foi levado para o Egito, onde, através de José, governou esse país africano, sob os hicsos, povo que não era acreditado que existiu, mas foi comprovado, depois, pela arqueologia. Vem, depois, Êxodo, o livro da saída do Egito, onde é lido que Deus enviou dez pragas contra Faraó, ou Casa Grande, o significado desse nome, na mitologia egípcia, representante do deus Rá. Nele, se institui o pacto entre o povo escolhido e Deus, e é dada a Lei de Moisés, que até hoje tem influenciado a humanidade, incentivando o respeito ao próximo, ao amor, e mostra como se deve ser administrado um povo. As riquezas do estilo de Moisés até hoje impressiona. É nesse livro que a Páscoa é instituída, como lembrança do livramento dessa escravidão de quatrocentos e trinta anos. Depois vem Levítico, com seus preceitos religiosos, os detalhes do sacedócio levítico, os animais que não se deviam comer, as turmas do sacedócio, continuando os últimos capítulos de Êxodo. Levítico é uma preciosidade, pois fala dos sacrifícios com detalhes impressionantes, figurando a vinda de Jesus. Números, conta todas as tribos, desde que saŕam do Egito, onde ha relatos que arrepiam, como a condenação de Coré, Dotã, e Abirão, que se rebelam contra Moises. Finalmente, a terra prometida foi, pela primeira vez, vista pelos hebreusm através de doze espias, os quais trouxeram não boas notícias para os que estavam esperando, vindo daí vários castigos. Alguns reis que ficavam à margem oeste do Jordão foram vencidos, e a terra começou a ser povoada pelos Hebreus. Em Deuteronômio, repete-se as leis dadas no Sinai, e láos israelitas são lembrados de tudo que passaram até aquele tempo, cerca de quarenta anos. Moisés vê a terra num monte, e morre. Josué lidera o povo. Os relatos são objetivos, prendem a atenção da gente. Os detalhes geográficos, os animais falados, a terra, os costumes de muitos povos que pensavam não terem existido, como os hititas, ou heteus. Depois vem Josue,relatando as conquistas, dando detalhes dos povos que habitavam aquela região, os Amorreus, Girgaseus, Fereseus, entre outros. A terra é dividida, começam a vir as colheitas, e o povo começa a crescer, cumprindo-se as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó. Os detalhes, os relatórios, a organização do exercito, e as estratégias, fariam inveja a qualquer Alexandre Magno, Júlio Cesar, e Napoleão. Esses são os seis primeiros livros bíblicos.
Juízes vem depois, contando os altos e baixos do povo de Israel, onde ele começou a adorar outros deuses, como Baal, Astorete, entre tantos deuses daqueles povos, aculturando-se. Mas, em todos esses relatos de guerra, sempre se levantava um herói e livrava eles; verdadeiros generais; tanto julgavam, quanto lideravam o exercito. Vem, depois, Rute, os livros de Samuel, Reis, Crônicas, os livros que falam do retorno da escravidão em Babilônia, como Neemias, e Esdras, tendo correlação com os livros proféticos de Ageu e Malaquias.
Os poéticos são os mais lidos, como os salmos, hinário de Israel, de uma riqueza literária vastíssima, poesia de caráter semítica, metáforas grandiosas, como nos Salmos 23, 46, 91, entre outros. A prosopopéia de Provérbios, no capítulo 8, onde a sabedoria se personaliza, convidando todoa a beberem de seu néctar. O existencialismo original de Salomão, em Eclesiastes, onde tudo é “vaidade e aflição de espírito”, aproveitado depois, por filósofos contemporâneos, como Schompenhauer. Jó é uma obra-prima literária, servindo de modelo para muitos livros mundialmente famosos, com a Divina Comédia. A poesia corre solta em Jó, e as figuras de linguagens são umas das mais ricas da Bíblia.
Em seguida, vem os proféticos, desde Isaías, estadista, poeta, profeta, e que teve e tem até hoje grande influência nas profecias bíblicas. Sua verve era rica, usando um hebraico erudito, com palavras raras. Os capitulos mais famosos são o 35, 53, 61, 60, 63, entre outros. Jeremias, vem após, o profeta chorão, cujo livro não está em ordem, mas tem um estilo forte, e rico, como Isaías. São cinco livros chamados de profetas maiores, e outros 12, chamados de maiores, por causa da quantidade de palavras no hebraico. Esse profeta viu a primeira diáspora de Jerusalém.
Há um intervalo de quatrocentos anos, depois vem Jesus, dividindo a história, tendo quatro biógrafos, Mateus, um discípulo seu, que escreveu para os judeus, explicando com detalhes, os costumes de seu povo, mostrando ele como filho de Deus, descendente de Davi. Juntamente com Marcos e Lucas, que são chamados de evangelhos sinóticos, por conterem vários relatos semelhantes. Lucas foi escrito num grego difícil, rico, enderaçado a um certo Teófilo; juntamente com o livro de Atos, que é a continuação do evangelho de Lucas, Teófilo, um nobre,é o homem para o qual Lucas escreveu a história de Jesus, com detalhes que não tem em nenhum outro evangelho.
Após esses, vem as cartas de paulo, começando por Romanos, e indo até Filemon, que conta a história de um escravo fugido, pelo qual Paulo intercede, o que era algo novo, pois no Império Romano, ninguém faria isso por um escravo, chamando-o de irmão; nisso, a Bíblia contribuiu para o respeito e amor ao próximo, e mesmo aos inimigos. Se um livro tem influenciado a humanidade para o bem ,esse foi a Bíblia, nos seus sessenta e seis livros. No Novo Testamento há relatos detalhados de costumes do mundo romano, das nações, da geografia, da filosofia greco-romana, uma riqueza impressionante, e mesmo dos governantes da época, como Herodes o Grande, e seus filhos, que governaram, depois de sua morte, em tetrarquia, sob o Império Romano.
Mais na frente tem a Carta aos Hebreus, num estilo único, riquíssimo em termo literário, cujo escritor estava impregnado com a cultura helenística, pois sua retórica mostra isso. É uma carta dirigida aos judeus convertidos aos cristianismo, que enfretavam perseguição por causa disso. A Bíblia usada na época, o Velho Testamento, era a Septuaginta, traduzida do hebraico em Alexandria, onde havia a maior biblioteca do mundo, um grande centro cultural, como Atenas. Ha, também, a carta universais dos apóstolos Pedro, Judas e Tiago,esses últimos, irmãos de Jesus, e o apóstolo João, que escreveu o Apocalipse, uma profecia do Novo Testamento, onde está prescrita a derrocada de todos os poderes humanos e a vinda do Messias, para julgar as nações e dar a cada um segundo a sua obra. É o livro mais profundo da Bíblia, tendo, por vários séculos, sido alvo de controvérsia profundas, por causa do simbolismo de sua linguagem.
Não pretendi, aqui, explicar a Bíblia, mas tentar mostrar, nessas poucas linhas, a grandeza histórica e literária desse grande livro, até hoje lido e traduzido aos milhões, pela SBB (Sociedade Bíblica do Brasil) e por outras sociedades britânicas e européias, e no mundo todo. Parabéns à Bíblia.

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